Formas de abuso patrimonial
E a importância da independência financeira
Quando pensamos em violência contra a mulher, a primeira imagem que vem à mente costuma ser a agressão física. Mas a violência de gênero vai muito além disso, uma das formas mais silenciosas (e perigosas) é o abuso patrimonial.
Na nossa apostila, “Independência financeira como sobrevivência à violência de gênero”, em parceria com o programa Salto Inclusão Produtiva, ressaltamos a autonomia econômica como ferramenta de proteção, fortalecimento e emancipação das mulheres em situação de vulnerabilidade.
O que é abuso patrimonial?
O abuso patrimonial acontece quando alguém tenta controlar ou destruir os recursos financeiros, documentos ou bens de uma mulher. Pode ser quando o parceiro esconde o dinheiro, toma o cartão do banco, impede que ela trabalhe, destrói o celular ou até controla cada gasto “permitido”.
Essas atitudes, embora muitas vezes disfarçadas de preocupação ou cuidado, são mecanismos de controle que minam a autonomia e a liberdade da vítima.
Essas situações são ainda mais agravantes para mulheres negras, periféricas, indígenas, com deficiência, trans ou em situação de pobreza, pois elas já enfrentam barreiras sociais e institucionais.
Sem renda, sem acesso a documentos e sem uma rede de apoio, muitas mulheres permanecem em ciclos de violência por não enxergarem uma forma segura de sair. É por isso que o abuso patrimonial é tão devastador: ele rouba o direito de decidir sobre a própria vida.
Por que falar sobre independência financeira?
A independência financeira é uma das chaves para quebrar esse ciclo. Vai além do que ter dinheiro na conta, é sobre ter poder de escolha - onde viver, o que estudar, com quem estar e como deseja construir o próprio futuro.
Pequenos passos já fazem a diferença. Organizar as finanças, buscar capacitações gratuitas, participar de grupos de apoio ou empreender são caminhos possíveis para construir autonomia.
Mas é importante lembrar: essa responsabilidade não é (só) individual. Ela é coletiva e estrutural. Precisamos de políticas públicas que garantam acesso igualitário ao mercado de trabalho, creches, educação profissional e incentivos ao empreendedorismo feminino.
A rede que fortalece
Falar sobre independência financeira é também falar sobre solidariedade entre mulheres.
Trocar experiências, aprender juntas, se apoiar emocional e profissionalmente. Tudo isso ajuda a reconhecer situações abusivas e a traçar estratégias de saída.
Se quer se aprofundar nessa discussão para saber como contribuir para o enfrentamento à violência de gênero, acesse a nossa apostila “Independência financeira como sobrevivência à violência de gênero”, elaborada em parceria com o programa Salto Inclusão Produtiva.